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domingo, 17 de junho de 2012

Entrevista com Robert Edwards

Entrevista com Robert Edwards



Esta entrevista foi extraída do Blog Curupaco, do Portal VOZ PLENA www.vozplena.com

Abaixo, uma entrevista da revista eletrônica Monterey County Weekly com um dos mais renomados professores de técnica vocal dos Estados Unidos, Robert Edwards. A tradução é de uma das orientadoras do Voz Plena, Ana Zinger, ex-aluna de Edwards enquanto residiu na Califórnia.

Robert Edwards ensinou Hollywood a cantar

Por Stuart Thornton para o Monterey County Weekly


Robert Edwards acredita que o canto começa logo após o nascimento. Infelizmente, o canto a que ele se refere não é musica para os ouvidos. Edwards - que deu aulas para grandes cantores como Sheryl Crow, Bonnie Raitt, e Michael McDonald - diz que o choro de um bebê é igual ao canto de um indivíduo "Não há diferença fisiológica entre o canto e o choro", explica.

As idéias de Edwards sobre o canto se desdobram em um discurso multi-disciplinar e de mente muito aberta, de um soberbo professor universitário. Edwards, que está abrindo um novo estúdio vocal em Carmel, somado ao seu popular estúdio de Los Angeles, menciona filosofia, anatomia, fisiologia, e ate mitologia para explicar as formas de comunicação.

Edwards se refere à anatomia para mostrar que os seres humanos nasceram para cantar. Ele explica que há mais de 64 pares de músculos dentro e em volta da laringe humana. “Isto seria demais para um primata que só viria a falar”, diz.

Quando jovem, Edwards cantou em igrejas e bares de estilo folk nos arredores da Universidade de Ken State, Ohio, onde se formou em filosofia. Porém, foi um emprego como assistente de um fonoaudiólogo que trabalhava com crianças excepcionais que mais o ensinou sobre vocalização. Através da fonoaudiologia, ele conheceu os princípios básicos da fisiologia, estudo das funções dos organismos vivos. “Aprendi muito sobre a voz desta maneira”, ele diz. “Eu não queria violar os princípios da fisiologia."

Em 1970 Edwards migrou para Los Angeles. Estudou música no CSU Northridge e abriu seu próprio estúdio de canto.

Através do boca a boca, as aulas de Edwards decolaram (ele chegou a ensinar 163 alunos). E não eram quaisquer alunos: na sua lista de clientes estavam vencedores dos prêmios Grammy, Oscar, Emmy, e Tony.

Ele comenta que alguns de seus famosos alunos, como Christina Aguilera e Tracy Chapman, o impressionaram com a habilidade de absorver as técnicas. "A maioria das grandes estrelas são boas atrizes, porque cada canção é uma cena", diz. "E elas aprendem rápido".

Edwards descreve a sua tutelagem como uma apólice de seguros: "Para o seu instrumento não quebrar e deixá-lo na mão quando você se emocionar demais com ele", diz.

Apesar de nunca ter trabalhado com Bob Dylan, Edwards demonstra uma enorme afeição pelo ícone, que a maioria considera ter uma voz ruim. "Bob Dylan sempre foi meu compositor favorito", fala. "Essa não é a sua verdadeira voz. É uma pseudo-voz. Ele está mais interessado no estilo do que em impressionar as pessoas com a voz".

Edwards admite que, como muitos de seus clientes estão em turnê, as aulas são dadas pelo telefone. Ele permanece com um telefone de discar de 30 anos para dar todas essas aulas por um motivo específico: "Ele tem um ótimo microfone de carbono de duas polegadas", diz. "A fidelidade é muito boa".

Então, Edwards senta ao piano e me demonstra como ensina. "Você é um baixo, ou um baixo barítono", repara.

Em seguida me faz cantarolar uma melodia simples. Eu me sinto envergonhado quando um profundo som de sapo emerge da minha garganta. Mesmo assim, ele me elogia, e eu começo a achar que meu sonho de estar à frente de uma banda de rock pode não estar longe, afinal. Assim que me sinto mais confiante, ele toca melodias um pouco mais complexas e me pede para segui-lo. "Bom timbre", diz.

Edwards aponta em direção ao teto. "A voz de um bom cantor não sai da boca, ela sai da mente".*

Ao terminar a aula, eu agradeço e Edwards me dá um conselho. "Se queres continuar a cantar, ouça o radio e cante com ele", diz. "Tente especialmente cantar com as artistas femininas".

Então ele me diz que a voz masculina só atinge a maturidade com a idade de 45 a 55 anos. Isto quer dizer que ainda tenho tempo.


*Nota: ”A good singer doesn’t aim the tone straight out of their mouth. They aim it straight out of their head."

Tone em inglês significa: 1. um som vocal ou musical. 2. qualidade do som 3. timbre 4. um som de tonalidade definida.

Podemos pensar que a mira de um som de ótima qualidade, timbre e afinação venha da mente, e não simplesmente da boca.

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