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quinta-feira, 21 de maio de 2009

A voz

A voz

TÉCNICA VOCAL, CANTO, SAÚDE VOCAL


"A voz é um código de expressão da alma, pois revela nossas impressões mais profundas através de seu timbre, seu volume, sua forma de emissão, enfim. Quando trabalhamos com a voz de alguém, colocamos em jogo o seu esquema de valores, toda a sua filosofia de vida e toda a sua cosmovisão
Esta página está sendo montada a partir dos questionamentos das Emails recebidos da página de Auto ajuda da qual faço parte como consultor. Agradeço o interesse e a ajuda de todos os que me enviaram seus questionamentos. Caso você tenha alguma sugestão a fazer será bem vinda.

Um dos comentários mais comuns que nós cantores ouvimos é: "como você descobriu que tinha esta voz?" Isso faz parte do mito e de uma visão romântica e idealizada do processo de preparação do músico e mais ainda do cantor. Para a maioria das pessoas o canto é visto como um dom, não percebendo à primeira vista todo o trabalho técnico que está por trás da boa atuação de um cantor. Talvez porque o instrumento do cantor possua características incomparáveis à outros intrumentos: a própria pessoa é o instrumento. Outra característica peculiar deste instrumento é a extrema individualidade da qual faz parte: não existe uma voz exatamente igual à outra. Mas o certo é que, um bom cantor, passa por um processo de aprendizado técnico, de estudo diário e manutenção de sua voz assim como em qualquer outra atividade profissional.
INTRODUÇAO


A saúde vocal


Todo ser humano saudável nasce com a capacidade para produzir sons e cantar. Antes, porém, da utilização do aparelho vocal como instrumento específico do canto, este já havia sido e continua sendo, ao longo da vida do cantor, parte de outras funções, por ser inseparável do corpo.
No canto, não existe separação entre a voz-instrumento e o cantor-instrumentista. O próprio cantor é o instrumento e todos os fatores que englobam a pessoa concorrem também para a definição das características e particularidades do instrumento e interferem, direta ou indiretamente, no processo do aprendizado do canto. Por isso, torna-se quase impossível fazer uma observação desse instrumento de forma separada e, assim, estabelecer uma relação definida entre sujeito e objeto em termos de estudo.
Até mesmo no processo de conservação esta diferença se evidencia. Se compararmos a voz a outro instrumento, não teremos a possibilidade de reposição de cordas, ou mesmo a troca por outro instrumento mais conservado, como acontece no caso do violino.
Pode-se dizer que o instrumento do cantor engloba a pessoa de forma total. E não existe uma só pessoa que seja igual à outra em todos os seus aspectos.
O instrumento do cantor carrega em si características muito subjetivas e particulares. Mesmo ao se tratar de vozes com igual classificação, em termos de extensão, por exemplo, como os sopranos, teremos os mais variados tipos: líricos, dramáticos, espinto, etc. Particularizando ainda mais, se observarmos dois sopranos com a mesma classificação, ainda assim, suas vozes terão características que as tornam únicas. Isso quando às suas características fisiológicas, sem contar com o aspecto psicológico do aprendizado, que está ligado à forma como ele aprendeu a usar seu instrumento, inclusive através da fala.
Para conhecer e dominar a voz, faz-se necessário o estudo de uma técnica vocal bem orientada. Existem várias técnicas e métodos de canto. Cada técnica tem fundamentada sua concepção particular com relação aos vários aspectos do canto. Sejam eles respiração, emissão, ressonância, articulação, etc.
É importante observar que cada técnica produz um resultado diferente. Tal diferença se faz presente não somente quando, num mesmo aparelho vocal, aplicam-se técnicas distintas, visto que, como já foi apontado, o aparelho vocal é algo bastante particular e individual, podendo adotar uma infinidade de comportamentos ou condutas fonatórias.
Além disso, mesmo que não se tenha consciência, a escolha por uma determinada técnica, e os procedimentos que o professor adota com relação aos seus alunos revelam, explicita ou implicitamente, uma postura de ensino.
É muito comum, no Brasil, ouvirmos comentários a respeito das diferentes técnicas e métodos adotadas por professores de canto, questionando uma técnica e a adaptação dos alunos às mesmas. Mas, geralmente, o levantamento dessas questões não apresenta embasamento suficiente para que o assunto possa ser abordado com profundidade.
Muito se ouve da insatisfação de alunos de canto quanto aos professores e verifica-se que muitos deles em fase de formação acadêmica possuem outros professores fora da universidade, o que denota uma insatisfação com o ensino que recebem.
Observa-se também que a questão da competência de um professor, passa por questões complexas: um professor é tido, muitas vezes, como bom profissional por uns, e ruim por outros. Assim como, por parte dos professores, um aluno pode ser avaliado como talentoso ou não. A questão da validade de uma técnica ideal também é outro assunto muito comentado pela classe dos cantores.
Dada a observação dessas e outras questões e da insatisfação dos alunos é que se sentiu a necessidade de respostas relativas ao ensino-aprendizado do canto no Brasil.
Em princípio, a idéia deste trabalho seria a de alertar sobre a importância do conhecimento dos procedimentos pedagógicos por parte do professor de canto, de forma que o mesmo pudesse transmitir mais efetivamente seus conhecimentos. Vimos então que não havia material que pudesse esclarecer-nos quanto à formação das características deste quadro do ensino de canto no Brasil e que isso seria importante para compreendermos nosso processo pedagógico atual.
Decidimos, então, fazer uma revisão de todo material sobre o canto publicado no Brasil, desde o início do século, sob o ponto de vista da pedagogia, e a partir daí, analisar como se dá a formação do profissional do canto e o que as universidades brasileiras oferecem ao profissional que queira dedicar-se ao magistério de canto.
O enfoque na pedagogia e na defesa de uma formação pedagógica para o ensino do canto justifica-se a partir de duas premissas. Em primeiro lugar devido às características do canto lírico no Brasil, o magistério torna-se uma opção no campo de trabalho desse profissional, o que foi comprovado através de recente pesquisa feita por Saulo Couto, em segundo lugar, apesar dessa confirmação, há uma falta de opção à formação pedagógica nos cursos oferecidos ao profissional cantor em nosso país, que queira dedicar-se ao magistério.
Os objetivos principais dessa pesquisa são: 1) caracterizar o ensino de canto no Brasil neste século, a partir de uma análise da bibliografia publicada sobre o assunto, desde o início do século, até os dias de hoje; 2) caracterizar e analisar os conteúdos dos cursos de bacharelado em canto das universidades brasileiras, sob o ponto de vista da pedagogia, propondo diretrizes para uma revisão do conteúdo dos cursos de graduação, no que diz respeito à formação pedagógica do professor de canto.
A opção pela pesquisa bibliográfica, num primeiro momento, vem como uma forma de traçar um perfil histórico da pedagogia de canto no Brasil desde o início do século, e a partir daí, compreendermos a formação e o desenvolvimento de algumas características de ensino de canto no Brasil.
Fazem-se necessárias algumas considerações à respeito dos comentários críticos das informações obtidas através da leitura da bibliografia. Cabe lembrar que, na revisão bibliográfica, não enfatizaremos alguma técnica em particular e nem tampouco analisamos a veracidade das informações a respeito dos procedimentos técnicos adotados pelos autores. Somente, faremos uma análise dos conteúdos apresentados, de forma a delinear o desenvolvimento da formação do ensino de canto no Brasil sob o ponto de vista dessa bibliografia.
No segundo capítulo, apresentamos as características do ensino do canto nas universidades brasileiras, no seu aspecto pedagógico. No terceiro capítulo, fazemos uma análise dos currículos dos cursos de bacharelado, quanto à sua proposta curricular e quanto às disciplinas aplicadas ao ensino.
A partir desses dados, lançamos, no último capítulo, algumas propostas aos currículos de canto, privilegiando o relacionamento e a comunicação professor-aluno.
No que se refere ao aspecto pedagógico do ensino, utilizamos uma bibliografia na qual pudéssemos enfocar os aspectos e características particulares do ensino-aprendizagem do canto.

Constata-se que, apesar da importância do assunto tratado nesta pesquisa, o mesmo ainda não foi muito abordado. Portanto, observou-se, no decorrer da pesquisa, falta de material, no qual pudéssemos embasá-la. Foi necessário lançar mão de material que, mesmo não estando diretamente ligado ao assunto, pudesse de certa forma nos servir como referência.

Esperamos que este trabalho possa abrir espaço para o questionamento da importância na formação pedagógica do cantor lírico profissional. Principalmente no Brasil, onde ainda há grande dificuldade na aceitação quanto ao profissionalismo nas artes, em geral, não havendo uma clareza da importante função social que este profissional exerce.

Aparelho Fonador



O ser humano não possui nenhum aparelho destinado exclusivamente à produção do som. A laringe aparece na escala animal quando é necessário proteger o aparelho respiratório contra a entrada de sólidos ou líquidos que pudessem causar asfixia.

A produção do som envolve vários orgãos que conjuntamente fazem, como resultado, soar nossa voz. São eles: aparelho respiratório, a laringe, as cavidades de ressonância e os articuladores.

Produção do som:

O ar inpirado passa pelas cordas vocais em posição aberta, enchendo os pulmões. Na expiração é que ocorre a fonação. O ar é aspirado pelos pulmões passa pelas cordas vocais em posição fechada .

As cavidades de ressonância têm um papel fundamental na produção do som, pois nelas é que ocorrem as modificações do som fundamental produzido na laringe. Comparando a um instrumento, poderíamos dizer que as cavidades de ressonância da voz funcionam como a caixa de um violão. Nada adiantaria vibrar-mos as cordas de um instrumento isoladamente, pois produziria um som "pobre".
OBS: O nome correto para "cordas vocais" é "pregas vocais", pois não se tratam de cordas, mas sim de pregas musculares. Veja:
Postura

Uma boa postura é fundamental para uma boa produção vocal. O que consiste ter boa postura? Bem, cuidar da postura é fazer com que a sustentação e o equilíbrio do nosso corpo esteja de acordo com as leis da gravidade.
É importante observar-mos que os desequilíbrios posturais variam de pessoa para pessoa. Algumas possuem um exagero postural, mantendo-se com os ombros extremamente abertos, o peito empinado para frente e a cabeça muito erguida, tensionando o pescoço. Se olharmos essas pessoas de lado possuem uma lordose nas costas como se fossem envergar para trás. Essas pessoas tendem a respirar mais na parte alta do pulmão.
Já outras pessoas possuem desequilíbrio inverso. Ombros muito caídos, peito fechado, como se fossem envergar para frente.
Ambas as posturas são incorretas. Devemos procurar manter um equilíbrio de forma a sentir "o peso do nosso corpo entre os dois pés, observando em seguida um encaixe perfeito da cintura pélvica ( quadril), em equilíbrio com a cintura escapular ( ombro) e mantendo um ângulo de 90% para o queixo, podemos aproximar-nos de uma figura em equilíbrio." " os ombros devem estar relaxados, a cabeça reta, a fisionomia natural sem rigidez nem contração, a boca moderadamente aberta, os lábios apoiados diante dos dentes. A mandíbula não deve estra rígida. Todo o instrumento vocal deve dar a sensação de flexibilidade muscular. Não deve haver nenhuma contração dos musculos vocais no torax, colo, laringe, garganta e boca. A ressonância correta e plena da voz se produzirá com a diminuição e equilíbrio dos esforços musculares. O corpo deve estar ereto mas sem rigidez, com a sensação de calma. Deve-se evitar o movimento do corpo, buscando apoio em ambas as pernas alternadamente. Evitar o movimento nervoso das maõs e dos dedos, assim como os gestos exagerados ou muito forçados.
A atitude normal do rosto deve ser sorridente. O sorriso, por um efeito reflexo, permite uma ampliação das cavidades de ressonância. Para isso pode ser útil fazer os vocalises diante de um espelho para observar e controlar as tensões desnecessárias."
Atitude básica para o eqilíbrio do corpo:

A atitude básica para o equilíbrio do corpo e, consequentemente, para a emissão da voz, é a seguinte:
Pés: Confortavelmente. O peso do corpo deverá estar igualmente distribuído pela borda externa dos pés pelo metatarso.

Músculos: Relaxados.

Cintura pélvica:
Suspensa sobre o diafrágma psra manter a energia do som.

Cabeça: Ereta. Bem equilibrada na cintura escapular.

Cintura escapular: Deve permanecer descontraída.

Linha da cabeça: A cabeça deve manter uma linha de como se estivesse suspensa por um "fio de cabelo" na parte do redemoinho, isto é, no centro, como se fosse a continuação das vértebras cervicais.

Segundo esta autora, após a adoção dessa atitude básica, quando sentir que está equilibrado, experimente mudar o alinhamento para fazer com que o corpo mude a linha de gravidade, para frente, para trás, para o lado e circularmente.
Respiração

Para uma boa realização no canto e na fala é preciso ter controle da respiração. A respiração e a postura estão intimamente interligados. Para realizar uma respiração correta é preciso estar numa Pistura adequada. A respiração é uma função vital que, no canto, aprendemos a controlá-la.
A grande maioria das pessoas atualmente respira mal:

" Hoje, principalmente nas grandes cidades, somos obrigados, já na idade de seis anos, a ficar horas sentados no colégio, freqüentemente em salas super-ocupadas e abafadas. Mais tarde, continuando os estudos, exercendo uma profissão, a nossa vida não muda muito. Desta maneira, não tendo uma compensação, os nossos pulmões vão deixando de inspirar profundamente, e o movimento diafragmático é quase nulo, assim é que usamos mais a respiração toráxica e clavicular."


O principal músculo da respiração é o diagrágma, situado na base do pulmão: quando inspiramos o diafrágma é estendido e quando expiramos ele sobe. A respiração, sempre que possível de ve ser nasal, pois assim o ar é filtrado e aquecido pelas narinas.

A respiração usada para o canto recebe às vezes nomes diferentes, dependendo do autor. Alguns a chamam costo-diafragmática, outros abdominal-intercostal. O fato é que devemos encher desde a base do pulmão, suas laterais até às costas, sem levantar os ombros. " Quando se pede aos alunos, no início das aulas de fala ou de canto, para inspirarem profundamente, 80% inspiram com uma elevação forçada das costelas e das clavículas, mantendo os músculos abdominais contraídos, erguendo os ombros, ficando vermelhos no rosto e pescoço... Esta respiração forçada tem conseqüencias desastrosas, em primeiro lugar para a voz. A laringe fica sob alta pressão, e pior ainda se a pessoa não articula bem, trancando os maxilares. Assim, a pressão é dupla e as nossas cordas vocais não podem vibrar livremente."

Não se pode ser um bom cantor sem possuir um perfeito controle de sua respiração. A boa respiração é um dos grandes "segredos" da arte do canto.
Na inspiração, que deverá ser sempre nasal, se procura dilatar em todas as direções as costelas inferiores. Ao mesmo tempo, as paredes do abdomen se enchem de ar. Pode se controlar o movimento colocando uma mão no abdomen e outra nas costelas. É importante que a clavícula e os ombros não se movam. Utilizar o espelho é útil para vigiar e impedir movimentos desnecessários de tensão. Deve-se exercitar a inspiração nasal ainda que seja de boca aberta. Deve-se também praticar a inspiração rápida, quer dizer, inspirar a maior quantidade de ar em menor tempo possível, após ter dominado esses movimentos corretamente.
Apoio Vocal
Paro o cantor é necessário saber administrar a entrada e a saída do ar que respira. A esse controle dá-se o nome de apoio. " Apoio, portanto, é o controle elástico e conciente da força retrátil passiva e espontãnea do movimento de elevação do diafrágma ao promover a expiração, e é conseguido pelo domínio de seus antagônicos- os músculos abdominais e intercostais - com a finalidade de manter o equilíbrio da coluna de ar e aplicá-la à fonação.

Exercícios Respiração:

Exercício para percepção da inspiração involuntária:

Muitas pessoas fazer muito barulho ou forçam a inspiração numa tentativa de encher mais o pulmão de ar. Muitas vezes a musculatura está muito tensa e impede uma livre circulação de ar. Solte todo o ar murchando a barriga. Fique alguns instantes sem ar. Relaxe a musculatura deixando então o ar entrar, mas sem forçar sua entrada. Faça isso algumas vezes e você vai perceber que não há necessidade de fazer esforço para que o ar entre. Ele entrará sozinho, pois a entrada do ar é algo que acontece naturalmente quando sentimos necessidade de inspirar. Esse exercício serve também para exercitarmos a elasticidade da musculatura abdominal para dentro e para fora.
Exercício para a ativação e expansão da musculatura diafragmática e intercostal.
Inspirar enchendo primeiramente a região abdominal e depois as costelas, lateralmente. Expirar primeiramente o ar do abdomen e depois na parte lateral das costelas. Fazer isso num movimento contínuo: Inspiração: parte baixa depois lateral; expiração: parte baixa e lateral.
Exercício para treinar a saída do ar com controle ( apoio)
Precisamos, no canto, dominar o tempo da entrada e da saída do ar. Precisamos dosar a saída do ar conforme o tamanho de uma frase musical e a inspiração também deve estar de acordo com o tempo hábil para fazê-lo entre uma frase e outra.
Inspirar abrindo as costelas e na expiração soltar o ar firmando o abdomen tentando não fechar as costelas. À medida em que o ar vai acabando, aumentar a pressão da musculatura abdominal. ( esse exercício pode ser feito contando o tempo da saída do ar para ir aos poucos dominando maior tempo na saída. Ex: soltar o ar em dez tempos depois em quinze, vinte, etc). Podemos também acrescentar a este exercício o controle do tempo da entrada do ar, que muitas vezes deve ser rápda, dependendo da frase musical. Então, além de contar a entrada do ar, fazemos uma contagem para a inspiração e vamos a cada vez diminuindo o tempo para a inspiração.
Exercício para treinar a pressão da saída do ar.
Quando temos uma nota mais aguda de repente, ou precisamos fazer um som com uma intensidade mais forte, precisamos utilizar mais o apoio respiratório para não sobrecarregar as cordas vocais. Tomando como base o exercício anterior, vamos, na saída do ar, fazendo movimento abdominais com pressão alternada. Na saída do ar com um "sssss" prolongado, vamos fazer ora uma pressão no abdomen e ora diminuindo essa pressão. Isso num mesmo sopro, sem interrupção. Você vai observar que quando aumenta a pressão do abdomen aumenta a pressão do ar. Não esqueça de manter as costelas abertas.
Exercício para treinar a abertura das costelas:
Uma das formas para sentir a abertura lateral das costelas no canto é da seguinte maneira: Vá inspirando lentamente e ao mesmo tempo levantando os braços na lateral até que ele chegue à altura dos ombros. Mantenha alguns segundos a inspiração e observe que suas costelas estarão mais abertas na lateral. Solte o ar e tente manter as costelas abertas. Faça uma vez a expiração com os braços ainda na lateral e depois tente fazê-la soltando os braços mas mantendo as costelas abertas.

OBS: Cuidado para não tensionar os ombros enquanto faz o exercício e também cuidado para não direcionar o ar para a parte alta do pulmão.
Outro exercícios para sentir a abertura das costelas, mas na sua região costal faça o seguinte: sente na ponta de uma cadeira, deixe seu corpo cair todo para frente, inclusive sua cabeça. Inspire nesta posição e vai perceber que o ar se direciona para a lateral e para as costas.
Exercício para treinar a respiração na parte baixa do abdomen:
Muitas pessoas quando tentam fazer a respiração intercostal a fazem de forma muito "alta", ou seja, utilizando pouco os músculos abdominais. Existem diversas técnica de respiração. Acredito que deve-se inspirar desde a base do abdmem abrindo em seguida as costelas. Em alguns momento ou para algumas pessoas torna-se dificíl fazer a rspiração mais baixa, principalmente para indivíduos com tendência a ansiedade e vida muito agitada. Aprendi através da yoga e outras técnicas corporais, que quando a respiração " não desce" e mantem muito no torax, a melhor maneira de fazê-la "abaixar" é através da contração e relaxamento dos músculos glúteos. Experimente expirar o ar lentamente e, ao mesmo tempo, fazer uma contração anal. Quando se encontrar sem ar relaxe o abdomem e vai perceber como a respiração se torna plena. Repita o exercício algumas vezes.

Relaxamento

"Na luta que travamos no dia-a-dia para sobreviver numa cidade, desenvolvemos tensões musculares as mais variadas e em regiões muito específicas, fortalecidas pela constante repetição de uso. Essas tensões em muito podem afetar o desempenho vocal." ... " Um indivíduo tenso está muito próximo dos problemas da voz e da fala. As tensões musculares são responsáveis por dificuldades respiratórias, articulatórias e demais envolvimentos da produção da voz e da fala"..."A enegria psiquica flui melhor por um corpo relaxado. As tensões funcionam como impedimento da passagem energética

Respiração e postura e relaxamento estão interligados. Uma pessoa com uma má postura, provavelmente terá dificulade para respirar corretamente e é bem provável que possua tensões em algumas áreas do corpo. Ou seja, qualquer um desses aspéctos pode afetar o outro direta ou indiretamente.
O instrumento do cantor, seu Aparelho Fonador, não age isoladamente de outras partes de seu corpo. Muitas vezes, quando temos dificuldade em emitir algum som, pensamos somente na região da garganta como responsável. Mas o certo é que o funcionamento de todo nosso corpo interfere na produção vocal e consequentemente em nossa Saúde vocal.
Cada um de nós tem a tendência a desenvolver tensões em àreas diferentes. Isso vai depender de como aprendemos a lidar com nosso corpo durante a vida. O importante é eliminar através do auto-conhecimento de nosso corpo, todo e qualquer esforço desnecessário à produção vocal. Desenvolver um trabalho corporal regularmente pode ser muito benéfico.
Existem muitas técnicas corporais que beneficiam ao canto. Ou até mesmo qualquer atividade física que proporcione um bem estar, aliviando as tensões diárias pode ser benéfico.
As áreas de tensão mais importantes a serem observadas no cantor são: os ombros, a nuca, o pescoço e o maxilar. Para um trabalho diário de relaxamento, antes de começar os estudos vocais ( vocalises), ou antes de uma apresentação, seria interessante criar uma sequência, conforme as necessidades ( com o tempo você vai perceber aonde se localiza sua maior área de tensão).

Alguns exercícios:

1) Relaxamento dos ombros:

sentado ou em pé ( observar a Postura correta), inspirar levantando os ombros para cima o mais que puder. Soltar o ar deixando os ombros caírem. Fazer isso como num suspiro de alívio, deixando toda tensão sair quando soltar o ar. Pode-se soltar o ar com um "AAAHHH!!!" bem sonoro. repetir o exercício algumas vezes.

2) Relaxamento dos ombros: girar os ombros lentamente para frente numa rotação completa, como se estivesse desenhando um círculo. fazer o mesmo para trás. Não se esqueça de manter a respiração, pois há uma tendência de prendermos a respiração quando sentimos alguma tensão ou dor. Faça o contrário. respire bastante pois isso vai ajudar a "deixar a tensão sair".

3) Relaxamento do pescoço: - Movimentar a cabeça em todas as direções. Primeiro para frente depois para trás. - Movimentar a cabeça para um lado e depois para o outro. - Por fim, fazer uma rotação completa com a cabeça, deixando-a bem relaxada como se fosse uma "bola solta", girando-a para um lado e para o outro. Observe se se seu maxilar está relaxado. O ideal é manter a mandíbula entreaberta e a língua enconstada nos dentes inferiores.

OBS: Crie sua sequência de relaxamento, mas é importante manter por um tempo a mesma sequência para que se possa comparar seu estado de progresso. O cantor precisa "saber" como está seu corpo na hora em que for cantar e a eliminar tensões desnecessárias. Isso se consegue á medida em que aprendemos a lidar com nosso corpo, adiquirindo maior consciência corporal.

Saúde e Higiene Vocal

Desde o início do século já existia uma preocupação com a Saúde e Higiene da Voz. O primeiro livro onde encontramos ouvir falar deste assunto no Brasil foi "Higiene na Arte, Estudo da Voz no Canto e na Oratória", escrito pelo médico , Francisco Eiras, datado de 1901.

O Que é Higiene Vocal?

Mara Behlau, em seu livro Higiene Vocal define o termo como sendo " algumas normas básicas que auxiliam a preservar a saúde vocal e a prevenir o aparecimento de alterações e doenças".

A quem é dirigido este assunto?

Mara Behlau alerta em seu livro que "as normas de Higiene Vocal devem ser seguidas por todos, particularmente por aqueles que se utilizam mais da voz ou que apresentam tendência a alterações vocais". Esses são chamados os profissionais da voz. Silvia Rebelo Pinho em seu livro " Manual de Higiene Vocal para Profissionais da Voz" explica que os "professores, atores, cantores, locutores, advogados, telefonistas, entre outros, são considerados profissionais da voz. Entretanto, muitas das atividades verbais utilizadas por eles são incompatíveis com a Saúde Vocal, podendo danificar os delicados tecidos da laringe e produzir um distúrbio vocal decorrente do abuso ou mal uso da voz." É alarmante o fato de quase não haver, nas universidades, uma preocupação em preparar estes profissionais para lidar com a voz no seu dia à dia, já que ela é parte fundamental como instrumento de trabalho.

Quais as consequências dos abusos vocais?

"Dentre as alterações orgânicas mais freqüentemente observadas nestes profissionais, encontramos os nódulos vocais ( nodulações semelhantes a calos) e edemas ( inchaço das pregas vocais)" ( Silvia Rebelo Pinho, " Manual de Higiene Vocal para Profissionais da Voz")

Quem pode tratar dos problemas da voz?

O médico otorrinolaringologista é quem pode diagnosticar possíveis problemas no aparelho fonador. A partir de seu diagnóstico se necessário, o fonoaudiólogo, que trabalha juntamente com o otorrinolaringologista, fará a correção de possíveis problemas através de exercícios.

Algumas formas de abuso vocal:

Gritar sem suporte respiratório;
Falar com golpes de glote;
Tossir ou pigarrear excessivamente;
Falar em ambientes ruidosos ou abertos;
Utilizar tom grave ou agudo demais;
Falar excessivamente durante quadros gripais ou crises alérgicas;
Praticar exercícios fpisicos falando;
Fumar ou falar muito em ambientes de fumantes;
Utilizar álcool em exesso;
Falar abusivamente em período pré-menstrual;
Falar demasiadamente;
Rir alto;
Falar muito após ingerir grandes quantidades de aspirinas, calmantes ou diuréticos;
Discutir com freqüencia;
Cantar inadequada ou abusivamente ou, ainda, participar de corais e cantar em vários estilos musicais;
Presença de refluxo gastroesofágico, altamente irritante às pregas vocais ( o refluxo gastroesofágico é decorrente de disfunções estomacais, responsáveis pela liberação de ácido péptico, que em algumas situações pode banhar as pregas vocais, agredindo-as).

Isso é para todos?

"A voz deve ser sempre pensada em relação à saúde geral do paciente, em relação ao seu corpo todo, ao seu estado de saúde geral. ,todo o sistema corporal afeta a voz; Saulo Couto afirma que todo o corpo colabora na produção da voz; refere se que as condições ideais para uma boa produção vocal adequada correspondem a um estado de saúde geral dentro das melhores condições possíveis. Portanto, deve-se pensar não apenas nos aspectos que prejudicam as pregas vocais, mas sim no trato vocal integrado na saúde geral de cada paciente. Desta forma, podemos pensar que, apesar de as orientações serem gerais, as necessidades, assimilações e repercussões são absolutamente singulares. Por exemplo: o gelado, geralmente, prejudica a voz, mas a quantidade e a forma deste prejuíso se manifestam diferentemente em cada pessoa, dependendo do momento e da maneira em que este abuso foi cometido. As reações do corpo humano são únicas e dependem de cada indivíduo em cada momento."
As Regras de Ouro da Boa Voz de Um Cantor

1 - Nunca cante quando não estiver em boas condições de saúde; cantar é um ato de esforço e de enorme gasto energético. Manter a saúde auxilia a produção da voz, quer seja cantada ou falada. São raros os indivíduos doentes que mantém boa emissão vocal.

2 - Use roupas confortáveis, não apertadas, principalmente na garganta, no peito, na cintura ou no abdômen.

3 - Mantenha-se sempre hidratado, bebendo, pelo menos, dois litros de água por dia; suas pregas vocais estarão em ótima condição de vibração quando sua urina estiver transparente.

4 - Aqueça e desaqueça a voz antes e depois da apresentação, respectivamente. Aqueça a voz através de exercícios de flexibilidade muscular, antes de usá-la para o canto; vocalise com variação de tons, começando pelos médios e depois indo em direção aos extremos da tessitura vocal. Após o término das apresentações ou ensaio, desaqueça a voz através de exercícios para retornar à sua voz falada natural; use bocejos, fala mais grave e mais baixo, para não ficar usando o esquema vocal cantado além do tempo do canto. Um cantor que fala do mesmo jeito que canta submete seu aparelho vocal a um desgaste muito maior.

5 - Ensaie o suficiente para ficar seguro quanto ao texto, melodia e controle de voz; assim fazendo, você vai reduzir a interferência de aspectos emocionais negativos, como o medo e ansiedade ante o público. Não ensaie por mais de uma hora sem descanço.

6 - Monitore sua voz durante os ensaios e apresentaçãoes: aprenda a ouvir sua qualidade vocal e a reconhecer suas sensações de esforço vocal e tensões desnecessárias, a fim de evitá-las.

7 - Lembre-se de que um certo nervosismo mobiliza positivamente a energia para uma apresentação mais rica e envolvente; a adrenalina é positiva e confere emoção ao canto. Além disso, o público espera o sucesso do cantor, confie nesta química!

8 - Evite as festas ruidosas, lugares enfumaçados e barulhento, tanto antes como depois das apresentações. Antes das apresentações, os abusos em questão podem limitar seu resultado vocal; após as apresentações seu aparelho fonador foi intensivamente solicitado e está mais sensível para responder a tais agressões.

9 - Mantenha uma dieta balanceada, pois o canto é uma função especial e requer grande porte energético. Evite o excesso de gordura e alimentos condimentados, o que lentifica o processo digestivo, limita a excursão respiratória e reduz a energia disponível para o canto. Além disso, se voltar muito tarde para casa e ainda não tiver se alimentado, ingira apenas alimentos leves e de fácil digestão, para evitar o refluxo gastroesofágico.

10 - Nunca se auto-medique; não tome remédios sugeridos por leigos, nem chás e infusões de efeito desconhecido ( geralmente irritantes, ressecantes e estimulantes de refluxo gastroesofágico). Também não repita receitas médicas utilizadas nema certa ocasião, mesmo que tenham dado resultado positivo. Procure ajuda especializada quando necessário.
Questionário para identificação de possíveis problemas de voz

Você acha que sua voz é rouca?
Alguém já comentou que sua voz é rouca?
Você fica rouco por mais de dois dias?
Sua voz fica rouca após os ensaios?
Você tem ou já teve algum problema de voz?
Sua voz piorou depois que você entrou no coral?
Ultimamente você tem demorado mais tempo para aquecer sua voz?
No dia seguinte a um ensaio ou a uma apresentação você fica sem voz ou com a voz rouca?
Durante o canto sua voz quebra ou some?
Você desafina ou perde o controle da emissão?
Você sente dificuldade no pianíssimo?
Você sente dificuldade no fortíssimo?
Você sente que sua voz é fraca demais para o coral?
Você sente que sua voz é forte para o coral?
Você tem dificuldade para atingir as notas agudas?
Você tem dificuldade para cantar as notas graves?
Quando você canta sai "ar" na voz?
Você tem algum desses sintomas na laringe: coceira, ardor, dor, sensação de garganta seca, sensação de queimação, sensação de aperto ou bola na garganta?
Falta ar para você terminar as frases musicais?
Ao final do dia sua voz está mais fraca?
Você canta em diversos naipes?
Você mudou de naipe recentemente?
Você procura cantar mais forte que os demais componentes do coral?
Você simplesmente articula, sem voz, certos trechos da música que não consegue cantar?
Quando você canta suas veias ou músculos do pescoço saltam?
Você sente dores na região do pescoço saltam?
Você sente dores de cabeça após o canto?
Você consegue controlar sua emissão cantada no coral, ou não se ouve e segue a voz do grupo?
Seu coral costuma interpretar diversos estilos musicais?
Além do coral, você canta em outras situações?
Você canta durante muita horas seguidas?
Você pigarreia constantemente?
Você tem alergia das vias respiratórias?
Você tem resfriados freqüentes ?
Você tem amigdalites, laringites ou faringites freqüentes?
Você tem dificuldades digestivas, azia ou refluxo gastro- esofágico?
Você fuma?
Você se auot-medica quando tem problemas de voz?
Além da atividade do coral, você usa a voz de modo intensivo em outras situações?

Observação:

Se você marcou mais do que 4 itens, fique atento(o) e veja o que pode ser feito para modificar esses aspectos e se tais modificações surtem efeito positivo. Se você assinalou acima de 6 itens, procure um especialista, sua saúde vocal pode estar correndo um sério risco.

Foto das cordas vocais em movimento

Cordas vocais em movimento


Cordas vocais

Sequência Para Estudo Vocal

Relaxamento

Postura

Respiração


Vocalises - Músicas

É importante alertar que todo estudo vocal deve ser acompanhado de um orientador: o professor de técnica vocal. Principalmente no início, pois é difícil num instrumento tão peculiar e interno, distinguirmos o certo do errado. Quando se trata de voz, todo cuidado é pouco. É muito fácil adquirirmos maus hábitos vocais e para "consertá-los" muitas vezes se "paga" muito caro. O abuso vocal constante, seja pelo excesso ou mal uso pode acarretar em problemas como: rouquidão, edema, nódulo, ou até mesmo calo nas cordas vocais. Portanto, todo cuidado é pouco!
Como sequência para um estudo diário a sugestão é que se faça na seguinte ordem:

1) Relaxamento e Pistura 2) Respiração 3) Vocalises ( exercícios vocais) 4) Repertório
Preparar o corpo para o canto é muito importante.
Seja para o estudo vocal, ou antes de uma apresentação. É preciso observar e diferenciar o aquecimento vocal do estudo diário. No aquecimento vocal, que se faz por exemplo nos corais antes de uma apresentação, a preocupação maior é de preparar o aparelho, aquecendo sua musculatura para realização do trabalho vocal. Já o estudo de canto é uma pesquisa. Um aprendizado que se faz através do conhecimento do funcionamento correto de seu aparelho fonador, aliado à uma técnica vocal. Portanto deve ser feito com consciência, muito critério e cuidado. O tempo de estudo não deve se exceder ao cansaço. É muito mais produtivo, principalmente no início, fazermos poucos minutos de exercícios, algumas vezes por dia, ao invés de estudarmos horas seguidas. A resistência da musculatura vocal vem com o tempo e à medida em que exercitarmos corretamente nosso aparelho vocal. Alguns cantores têm a tendência a forçar a voz por exemplo, em exercícios no agudo, para "acostumar" seu aparelho a emitir esses sons. Isso muitas vezes é feito pela força, causando danos graves futuros. No canto nada deve ser feito através da força e se isso acontece é porque estamos fazendo algo errado, por falta de uma respiração correta, etc. A técnica é exatamente para não forçarmos nossa voz.
Os exercícios de respiração devem ser feitos todos os dias. Assim como um atleta treina seus músculos, o cantor precisa fazê-lo de forma a manter sua musculatura abdominal e intercostal sempre preparada para o apoio vocal, deixando assim de sobregarregar os músculos da laringe. Só então deve partir para os exercícios vocais propriamente ditos. Os chamados vocalises. Se você fizer uma boa base de relaxamento e respiração antes de cantar, vai perceber o quanto isso já é um grande auxiliar na boa emissão da voz

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